Inovações Tecnológicas no Processo de Licitação: O Impacto da Inteligência Artificial e Automação na Eficiência da Administração Pública
A Nova Lei de Licitações (Lei 14.133/2021) trouxe uma série de avanços normativos ao processo licitatório, visando torná-lo mais eficiente e transparente. Porém, é a aplicação de inovações tecnológicas como a Inteligência Artificial (IA) e a automação que está transformando, de forma concreta, o dia a dia da Administração Pública, potencializando os resultados pretendidos pela nova legislação. Essas ferramentas não só otimizam tarefas repetitivas e burocráticas, mas também ampliam a capacidade de análise de dados e a tomada de decisões estratégicas.
O uso da IA, em particular, oferece uma grande promessa para a modernização das licitações. Ferramentas como o ChatGPT, por exemplo, podem ser utilizadas para automatizar a redação de documentos, editais e relatórios, reduzindo o tempo gasto por servidores públicos nessas tarefas. Isso libera a força de trabalho para funções mais complexas e estratégicas, além de garantir maior uniformidade e consistência nos documentos, minimizando erros humanos.
Além disso, a análise de dados pode ser significativamente aprimorada com o uso da IA. Processos que exigem o cruzamento de grandes volumes de informações, como a verificação de compliance de fornecedores, podem ser automatizados, o que torna mais ágil a triagem e seleção dos participantes em licitações. Essa automação também garante maior transparência e integridade, uma vez que diminui a interferência humana em fases críticas do processo.
A automação de processos de licitação também oferece outro benefício importante: a celeridade. Com o uso de ferramentas tecnológicas, etapas como a análise de propostas e a comunicação entre os licitantes e o poder público podem ser aceleradas, sem prejuízo ao rigor normativo. Um exemplo é a utilização de sistemas que fazem a leitura e comparação automática de propostas, detectando inconsistências ou desconformidades de forma rápida e eficiente.
Ainda, a IA pode ser aplicada para facilitar o acesso ao conhecimento normativo. Ferramentas de automação podem ser configuradas para monitorar constantemente as mudanças na legislação e as atualizações jurisprudenciais, mantendo os servidores públicos informados sobre as mais recentes orientações e diretrizes. Essa atualização contínua facilita a adequação dos procedimentos licitatórios à legislação vigente, evitando irregularidades e garantindo maior segurança jurídica aos processos.
A implementação dessas tecnologias, no entanto, requer um planejamento estratégico adequado, que considere tanto a capacitação dos servidores públicos quanto a segurança e a integridade dos dados utilizados. É fundamental que os gestores compreendam que a inovação tecnológica não substitui o conhecimento humano, mas, sim, potencializa a capacidade de execução dos profissionais envolvidos.
Por fim, é importante destacar que o uso de IA e automação no processo licitatório não só beneficia a administração pública, mas também os licitantes. A maior eficiência e transparência nos procedimentos podem atrair novos participantes, aumentando a competitividade e, consequentemente, favorecendo a obtenção de propostas mais vantajosas para o poder público.
Assim, ao incorporar essas inovações tecnológicas no dia a dia das licitações, a Administração Pública caminha para um futuro mais ágil, eficiente e seguro, em consonância com os princípios norteadores da Nova Lei de Licitações.